VIDEOS COM PROFISSIONAIS DO ÁUDIO

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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

014 - Porque estudar áudio ?

Toda vez que alguém me diz que esta se interessando em áudio, a primeira pergunta que faço é: Você tem ouvido música ? É essencial que o candidato a ser um futuro operador de som saiba entender os princípios que envolvem a teoria musical, como melodia, harmonia, rítimo, timbres, dinãmica, etc. E como se faz isto? Ouvindo música!
Costumo recomendar que se ouça, principalmente, música clássica, com um bom fone de ouvido. Ai se encontram todos os itens necessários para que se comece a perceber os detalhes de uma música. O candidato deve-se colocar no lugar do maestro. Ele é o responsável por conduzir os vários instrumentos com harmonia, dinãmica, andamento, e principalmente saber se cada músico esta tocando seu instrumento da melhor maneira possível.
Não parece ser uma tarefa fácil, mas a função do operador de áudio, assim como o do maestro, é ouvir separadamente cada instrumento, como se pudesse separá-los uns dos outros, e nossa mente, trabalhando em conjunto com nossos ouvidos, é perfeitamente capaz de fazer isso, e assim perceber cada nota do tal instrumento. O que estou querendo dizer é que, nosso ouvido trabalhando junto com nosso cérebro, precisa de treinamento, para que nos acostumemos com cada timbre, e para isso é preciso ouvir, e ouvir, muita música boa. Cada instrumento tem um timbre característico, você sabe que houve um piano, porque sua mente já conhece o timbre de um piano. Este timbre faz parte da soma de uma gama de frequências, por isso é importante treinar seus ouvidos para reconhecer estas frequências. Recomendo se puder que se consiga um equalizador gráfico, e reproduzindo através dele à música, vá alterando cada frequência aos poucos, e assim irá percebendo as mudanças que cada uma provoca no som.
Você pode começar a treinar seus ouvidos, agora mesmo. É só fechar seus olhos e tentar interpretar cada som que houve; o veículo que passa ao longe, é pequeno ou grande? Um pássaro que canta, um cão que late, pessoas conversando, etc.
Existem várias escolas no Brasil, que habilitam pessoas para operar diversos equipamentos, porém algo que só você pode fazer, é, treinar seus ouvidos para interpretar os mínimos detalhes dos diversos tipos de sons existentes no universo, sejam eles naturais ou não.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

13 - Retorno

Já falamos aqui superficialmente sobre retorno ou monitoração de palco, agora quero aprofundar mais o tema, apresentando diferentes maneiras de enviar o áudio da mesa de som aos músicos e cantores.
O principal motivo de se mandar retorno de áudio ao palco, é oferecer aos músicos e cantores a oportunidade de ouvir melhor o som que estão produzindo. Como o sistema de som principal envia o áudio diretamente ao público que esta de frente ao palco, aqueles que produzem o som precisam de um sistema que lhes proporcione ouvir, sem atrasos, reverberações e etc, o áudio de volta. A maneira clássica de se fazer isso é colocar os retornos de chão, que são caixas especificamente desenhadas para ficar no chão, apontadas para o músico ou cantor. Estas caixas deverão reproduzir o som enviado por uma mesa de som, específica para retorno, ou através da mesa de som principal, utilizando-se de uma das vias de auxiliares.
Em um sistema profissional, utilizam-se várias vias, com várias caixas, onde cada caixa poderá reproduzir uma mixagem específica, por exemplo: o cantor solo, pode querer ouvir em sua caixa de retorno, sua voz em primeiro plano, o back-vocal mais baixo, o piano, e o resto do instrumental bem ao fundo, ou em outro exemplo o baterista, vai querer ouvir em seu retorno somente o contrabaixo e a voz solo. Resumindo, em um sistema profissional, pode-se enviar qualquer som, a qualquer caixa de retorno independente uma da outra.




Retorno de Chão Eletrovóice




Já faz algum tempo, começou-se a substituir as caixas de retorno de chão, por fones de ouvido, com ou sem fio. As principais diferenças entre o sistema com ou sem fio são as questões de mobilidade e também o preço. A principal vantagem do sistema de retorno por fones, é a diminuição drástica do volume de som no palco. Imagine que a soma do som produzido por várias caixas de retorno, mais o som dos amplificadores dos instrumentos (cubos), mais o som produzido pela bateria, tudo isso somado, eleva o nível de ruído no palco a níveis altíssimos.
Gostaria de abrir um parêntese aqui, para comentar algo importante sobre os amplificadores de instrumentos. Sem dúvida eles são importantíssimos para que o músico encontre a sonoridade ideal para o seu instrumento, porém, em nome do conjunto, formado por vários instrumentos, vozes e percussão, o guitarrista, baixista, tecladista, devem abrir mão do seu amplificador(cubo), utilizando-se de um bom retorno por fones, para que o volume total no palco seja agradável à todos, interferindo o menos possível no som que vai ao púbico. já observei em várias ocasiões, que o nível de som no palco era tão, ou mais alto que o som enviado ao público (PA).

Retorno de Fone com Fio


Vamos a um exemplo prático, imaginemos um grupo musical constituído de Bateria, Contrabaixo Elétrico, Guitarra Elétrica, Violão Acústico, Flauta, e Instrumentos Clássicos como Violinos, além das vozes. Fica muito claro aqui que os músicos que tocam o Violão, a Flauta e os Violinos terão muita dificuldade em ouvir seu instrumento, se o outros instrumentistas ouvirem os seus em amplificadores individuais, em volume alto. Agora se todos usarem fones, cada um poderá ouvir seu instrumento em primeiro plano, melhorando sua perfomace, e além de poder ouvir uma mixagem específica dos outros instrumentos, sem ninguém atrapalhar um ao outro. Lógicamente temos o som produzido pelos instrumentos de percurssão, principalmente a bateria. O ideal neste caso, é que o baterista não use muita força nas batidas, e que seja providenciado um aquário de isolamento, em muitos casos, utilizam-se, as baterias com pads eletrônicos, que não produzem som acústico mas somente aqueles enviados ao sistema principal e aos fones, atualmente algumas dessas baterias eletrônicas com pads produzem um som tão real, que dificilmente se percebe a diferença do som de uma bateria acústica, lógico que deve haver um tempo de adaptação do músico com o instrumento.
Um outro sistema bastante utilizado como retorno e monitoração, é o Side Fill, ou Sistema Lateral, onde duas ou mais caixas grandes, são colocadas voltadas para o palco, como se fosse um PA de retorno, esse sistema se destina a proporcionar aos músicos e cantores, a mesma sensação do som que esta indo ao público. Suas desvantagens são, a grande probabilidade de gerar microfonia, além do alto volume de som que produz no palco.
As questões ligadas ao monitoramento, volume de som, falta de retorno ao músicos tem gerado em muitos casos conflitos desnecessários que poderiam ser evitados com um projeto simples e básico de retorno e o principal a compreensão de todos os envolvidos, em se buscar o equilíbrio do áudio, seja no palco, seja no PA.
Samuel Mattos
samuel-mattos@hotmail.com

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

12 - Alto Falantes

Não adianta investir milhões em equipamento se o microfone não captar o som com clareza e naturalidade, o mesmo acontece com os alto-falantes, mesmo que o som passe por bons microfones e equipamentos, se na hora em que for reproduzido o alto-falante não tiver fidelidade, durabilidade, todo o seu som será comprometido. Os dois merecem cuidados especiais tanto na compra, como em sua conservação e manutenção, vamos estudar um pouco mais então os nossos amigos alto falantes.
Quando Thomas Edsom iniciou seus estudos no Fonógrafo em 1877, dava início a uma era que ainda não terminou, passando pelos primeiros registros de voz, até as fitas, lps, cds, dvds, gravação em computador, etc. O ser humano sempre terá a necessidade de registrar tudo, como observamos hoje em mídias digitais. O princípio do Fonógrafo se baseava no registro de áudio em um cilindro que fazia vibrar uma agulha e por conseguinte fazia vibrar uma membrana acoplada a um cone que amplificava os sons produzidos por vibração, esse mecanismo desloca o ar ao seu redor produzindo som. Assim aquele cone, que podia variar de um tamanho pequeno até um muito grande propiciava ao ouvinte o poder de reconhecer os sons que ele irradiava. Com o passar dos anos foram sendo aperfeiçoados os amplificadores eletrônicos que inseridos na cadeia, antes do cone possibilitavam um aumento significativo na corrente elétrica produzida, que enviada ao sistema eletromagnético, permitia um aumento no volume de som produzido. Um grande problema surgiu a partir de então, o sistema de bobina-móvel mais cone, precisava agora ser resistente o bastante para suportar a vibração e o calor produzido por este aumento de corrente elétrica. A partir daí os alto-falantes não pararam mais de evoluir.


Fonógrafo de Thomas Edsom


Os alto-falantes também conhecidos como "transdutores", são formados basicamente por um conjunto elétro-magnético acoplado a um cone. Sua função é transformar energia elétrica em acústica.
Basicamente os alto-falantes se dividem em três categorias – Woofers, Drivers e Tweeters. Os Woofers são os responsáveis pela reprodução das frequências graves, os Drivers pelos médios e os Tweeters são responsáveis pela reprodução das frequências altas, ou agudas, esta divisão depende um pouco do tipo de caixa acústica em que esses transdutores serão aplicados.
O estudo mais aprofundado das características de projeção do som, levou os pesquisadores a introduzir o uso de caixas de acústicas em conjunto com os alto-falantes. Percebeu-se que o uso destas caixas propiciava um ganho considerável, tanto em termos de volume como no espectro de frequências que se queria obter com determinado alto falante, percebeu-se também que os alto-falantes produziam som tanto em sua parte traseira, como na dianteira, isso provocava cancelamento de fases e perda de rendimento, daí a necessidade de se isolar a parte da frente da traseira do transdutor. Milhares de modelos diferentes de caixas acústicas foram desenvolvidas, levando em consideração principalmente a sua diretividade, ou seja qual seria o seu campo de cobertura. Entre os modelos construídos haviam caixas que melhoravam os graves, caixas refletoras, caixas "cornetadas", que projetavam o som a distancias maiores, modelos angulados que permitiam um ângulo de cobertura maior, drivers capazes de cobrir tanto frequências de médio altas até muito agudas, substituindo os tweeters, caixas de retorno, sem falar nos mais diversos materiais, como madeiras, resinas, plásticos, etc.
Até bem pouco tempo atras os alto-falantes queimavam com muita facilidade, hoje podemos dizer que com a introdução de novos materiais na fabricação, tanto na parte elétro-magnética, quanto na parte acústica dos alto-falantes, aumentou-se em muito sua eficiência e também a sua durabilidade, permitindo que os mesmos trabalhem por muitas horas, em condições extremas de calor, sem prejudicar seu funcionamento.
Em um projeto de sonorização de ambientes há inúmeras opções no mercado, sendo que para cada ambiente um tipo de alto-falante em conjunto com sua caixa acústica melhor se adequará. Existem profissionais especializados na aplicação de caixas acústicas e um bom estudo acústico do local se faz necessário antes da aquisição de qualquer modelo.

11 - Efeitos Psico_Sonoros

O tema que quero propor hoje é um pouco subjetivo, mas na prática este fenômeno ocorre o tempo todo com àqueles que de uma forma ou de outra lidam com áudio, trata-se dos efeitos psico-acústicos. Já deve ter ocorrido com você, minutos depois de entrar em um ambiente qualquer onde uma música estava sendo executada, você sente algo diferente; pode ser um restaurante, um supermercado, o barzinho, um aeroporto, o efeito é marcante. A primeira sensação que sentimos é de um pouco de desconforto (lógico que não estou falando de sons muito altos), isto é causado pelo tempo mínimo necessário que o nosso sistema auditivo precisa para se adaptar; à acústica do ambiente, ao tamanho ( eco, delay), a reflexividade das paredes ( as quais provocam muita ou pouca reverberação ), presença de ruídos ( máquinas, ventiladores, etc ), até a luminosidade influi.
Passados alguns instantes deste impacto inicial, seu sistema auditivo já esta completamente adaptado, ou seja, se você não é um profissional treinado para perceber e compreender essas coisas, você vai achar que elas nem estão mais ali. E é exatamente isso que diferencia você operador de áudio, das outras pessoas que vão ouvir o som que você esta controlando. O operador de áudio tem que levar em consideração os fatores psico-acústos que interferem na sua mixagem. O exemplo mais prático que podemos comentar é o da falta de pessoas no ambiente quando passamos o som, e depois quando o salão já esta cheio. Você regula tudo certinho mas, mais tarde, quando o salão esta cheio, o som soa totalmente diferente. Isto é natural porque em um ambiente vazio a reverberação é muito maior do que em um cheio. As frequências de agudos serão maiores no ambiente vazio do que em um cheio, até o calor e a umidade influenciam.
Lembre-se cada indivíduo vai reagir de um modo diferente ao som produzido, ainda temos aqueles que tem um ouvido mais treinado do que outros, uns com alguma deficiência, além é claro das questões de gosto particular. Parece complicado lidar com um número tão grade de fatores, mas aí entra sua experiência, o equalizador gráfico é um grande aliado seu, um pequeno ajuste para menos nos graves gerais, você tira a sensação de peso e impacto que pode não ser agradável aos mais idosos, um pequeno ajuste para mais nos médios poderão ressaltar os vocais das músicas que ninguém entende a letra, os agudos então, podem causar a sensação de agressividade ou nitidez aos ouvidos.
Não estou querendo dizer aqui que você deve alterar a todo momento sua curva gráfica, não, ela deve ser calibrada conforme a acústica do ambiente e também o tipo de cobertura sonora de suas caixas, mas, pequenos ajustes de 3dB nas frequências principais podem causar um efeito muito benéfico ao seu trabalho. Por isso ouça, ouça muito, treine seus ouvidos, tire o máximo de seus equipamentos, só assim você vai poder tornar agradável a audição das suas mixagens.


Samuel Mattos.