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quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
008 - Cuidado com os Ouvidos
Som da Igreja – Edição nº 008
Gostaria de comentar hoje, algo que tenho observado em muitas igrejas e eventos que visito. Sei que é um tema polêmico: o volume alto que é imposto aos frequentadores dos cultos, encontros ou musicais.
Infelizmente instituiu-se a inverdade que som alto é sinônimo de som bom. Aí temos um problema de saúde pública, pois esses ouvintes são vítimas indefesas de algo prejudicial à saúde, pois já constatei encontros musicais onde o nível de áudio girava em torno de 100 decibéis.
Segundo dados da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, o ouvido humano suporta até 90 decibéis. A partir daí, já existe a possibilidade de uma pessoa apresentar lesão, muitas vezes irreversível, causando perda auditiva. O otorrinolaringologista Luiz Carlos Alves de Sousa, afirma que um indivíduo não pode permanecer em um ambiente com atividade sonora de 85 decibéis de intensidade por mais de 8 horas. Esse tempo cai para 4 horas em lugares com 90 decibéis; 2 horas em locais com 95 decibéis e 1 hora onde a intensidade chega a 100 decibéis.
Dependendo do período de exposição, sons de intensidades superiores a 85 decibéis podem causar distúrbio de dupla perversidade, pois ao mesmo tempo em que compromete nossa capacidade auditiva para sons ambientais, pode causar ainda um sintoma contínuo e muito incômodo: o zumbido.
A lesão por ruído geralmente fere células do ouvido responsáveis pelas freqüências agudas. E é justamente nestas freqüências que estão concentrados os principais fonemas para o entendimento das palavras. Quando isto ocorre, o paciente deve procurar um otorrinolaringologista para fazer o diagnóstico médico.
É muito comum que operadores de som, por ignorância ou imposição dos dirigentes, trabalhem com níveis excessivos de som com o pretexto de que um número maior de pessoas precisam ouvir a mensagem. A falta de preparo leva esses operadores a utilizarem a potência máxima dos sistemas tentando obter maior inteligibilidade. Nos dias de hoje, as potências em conjunto com ótimos alto-falantes, proporcionam facilmente altos níveis de pressão sonora.
Desde o início, minha intenção como colunista foi, mesmo que de uma forma bem básica, dar dicas a operadores de como obter o melhor som de seus sistemas, mesmo que eles sejam dos mais simples. Este alerta de hoje vem de encontro a qualidade de áudio e isto significa fazer com que a voz chegue aos ouvintes o mais claro possível e que os instrumentos possam ser reproduzidos com beleza e naturalidade sem agredir os ouvidos nem ficar acima do nível vocal.
Lembre-se! Nossos ouvidos são nossas melhores ferramentas. Use o bom senso, ouça bem os timbres antes de amplificá-los e tente reproduzí-los da maneira mais natural possível.
Até a próxima!
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